quinta-feira, 10 de maio de 2012

MOTO LINK - Emissoras em rápido deslocamentos em SP



Com o trânsito caótico nas metrópoles brasileiras, além do motoboy, moto delivery e mototáxi, existe uma outra modalidade de serviço que só um motociclista pode desenvolver, o chamado motolink. 
 A necessidade de se chegar à cena dos fatos e captar em vídeo o que está acontecendo popularizou a utilização dos motolinks pelas emissoras de televisão. “Em uma ocasião, enviamos a reportagem de carro para um incêndio, mas, quando chegaram lá, o fogo havia sido controlado pelos bombeiros. Então, percebemos, tínhamos de trabalhar com a agilidade. Voltamos os olhos para a motocicleta”, explica Sérgio Loebel, gerente de operações do SBT. 



Desde 1994, a Rede Globo utiliza equipamentos de transmissão em motocicletas em eventos esportivos, como a São Silvestre e no ano 2000, começou a usar também o motolink diariamente. 
O link é definido como uma transmissão de áudio e vídeo por meio de uma antena de microondas. As motocicletas possuem um transmissor que envia o sinal para o helicóptero que o retransmite para as antenas da emissora. 

O grande desafio foi desenvolver um sistema operacional seguro e ao mesmo tempo portátil, levando em conta a limitação de espaço. A Globo, conta com um motociclista na condução, que também é técnico da unidade de transmissão, e um video-repórter responsável pelas filmagens carregando uma câmera digital.

Outras emissoras também investem nesse recurso para ganhar agilidade. A Rede Record, adquiriu motos BMW e tem, somente em São Paulo, cinco equipes. 


A Band também utiliza desse recurso, principalmente, no programa “Brasil Urgente”. Mas a agilidade também leva a algumas situações inusitadas. Ricardo Claro, repórter cinematográfico do motolink da Globo conta que, em uma das saídas, eles receberam informações sobre um assalto. Chegando ao local, ele notou uma movimentação estranha dentro do condomínio. Na verdade, o roubo estava em andamento e eles haviam chegado antes da Polícia. Isso sim é pronto atendimento.

As equipes dos motolinks são treinadas e devidamente instruídas para não cometerem exageros. O curso de direção defensiva da Honda já foi utilizado por ambas as emissoras. Como as motocicletas se locomovem carregadas de equipamentos e com duas pessoas, a habilidade de pilotagem é essencial.

Os itens de segurança "entram em cena" na hora em que as equipes saem para a rua. Calças e jaquetas de cordura, com ombreiras e joelheiras, assim como botas e capacetes, fazem a proteção da equipe de filmagem. "A prioridade é a nossa segurança e a das outras pessoas que estão nas ruas. Estamos em busca da notícia e não queremos virar uma", acrescenta Celso Flávio, cinegrafista do SBT.


Credito Foto 1: Reginaldo Charada
Demais fotos: Anjos Guardiões