Injeção eletrônica XRE e CB300
Aparentemente as emissões e a
concentração de gases provenientes da combustão da mistura
ar/combustível seja mínima, porém o volume total de poluentes emitidos
diariamente pelos veículos de duas rodas é preocupante.
Os produtos da queima ocupam o lugar do oxigênio e provocam complicações a nossa saúde.
Como saída para este problema os
fabricantes investem ativamente no desenvolvimento e na aplicação de
novas tecnologias e este trabalho vem apresentando eficácia na redução
de emissões colaborando para a preservação do meio ambiente.
Nas motocicletas modernas, o desempenho,
a economia de combustível e a adequação ao programa de controle de
emissões de gases poluentes estão diretamente ligados a um sistema que
integra a injeção de combustível e também a ignição.
O sistema é inteligente, possui
autodiagnósticos e tem linguagem própria. Gerenciado por um cérebro
eletrônico, o “ECM” que recebe informações instantâneas dos diversos
sensores, interruptores e com base nos dados recebidos, comanda os
atuadores de forma que o funcionamento do motor seja preciso graças as
suas estratégias pré-estabelecidas, além de proporcionar partidas fáceis
mesmo em épocas frias e respostas rápidas do motor aposentando assim o
“velho carburador”.
Vantagens do sistema de injeção eletrônica de combustível
Melhor nível de dirigibilidade da
motocicleta, maior economia de combustível, menor índice de emissões de
poluentes. A central eletrônica avalia as condições ambientais e
permite a adequação da quantidade ideal de combustível em todos os
regimes de funcionamento, baixo índice de manutenção e maior vida útil
do motor.
O autodiagnóstico informa quando há uma
pane nos componentes da injeção eletrônica da moto, através de piscadas
da Luz indicadora de mau funcionamento – (MIL) localizada no painel da
moto para que o usuário possa levar a motocicleta até a concessionária
mais próxima e efetuar o ajuste necessário.
O sistema de injeção eletrônica é constituído basicamente por sensores, interruptores, atuadores e o ECM.
Central eletrônica ECM – (Módulo de Controle do Motor)
Sensores
Fornecem os parâmetros em tempo real
para que o ECM opte pelas melhores estratégias de funcionamento do
motor, são alimentados por uma tensão vinda da central eletrônica com um
valor próximo dos 5 V, são eles:
A unidade de sensores
É composta por 03 sensores numa só peça
que enviam as informações de pressão absoluta do motor ( MAP) e
temperatura do ar da admissão (IAT), estas informações são vitais
para que o ECM calcule a massa especifica do ar admitido juntamente com a
informação do ângulo de abertura da borboleta de aceleração (TPS).
Sensor de temperatura do óleo do motor ( EOT)
Os sinais de temperatura do motor
enviados ao ECM vão gerar estratégias de enriquecimento da mistura
prolongando o tempo da injeção a fim de facilitar a partida a frio
(afogar o motor). Toda variação de temperatura do motor é monitorada
pelo ECM a fim de adotar as correções necessárias.
Sensor de inclinação do chassi – (BAS).
O sensor de ângulo de inclinação do
chassi, é um dispositivo de segurança que informa a inclinação da moto
para que em caso de queda o ECM desligue o motor.
Sensor da árvore de manivelas ( CKP)
Informa o ECM a posição do virabrequim
para determinar o tempo de injeção e ignição. Além dessa informação,
aqui também é obtida a rotação do motor que é fundamental para os demais
cálculos de injeção e ignição.
Sensor de oxigênio – O2
Conhecido como sonda lambda, o sensor
faz a leitura da concentração de oxigênio no escapamento e com base nas
informações o ECM adequa a mistura para proporcionar uma queima completa
do combustível e otimizar as transformações no catalisador.
Atuadores
São componentes subordinados ao ECM que
promovem ajustes e correções no funcionamento do motor para proporcionar
o melhor desempenho em todos os regimes de rotação, o ECM emite os
comandos de atuação em forma de pulsos elétricos, são eles:
Bomba de combustível
A bomba elétrica bombeia o combustível
previamente filtrado e pressurizado até o injetor através de uma
tubulação e é comanda pelo ECM por meio de um relé.
Sistema PAIR
(Pulsed Secundary air Injection que
significa Injeção de Ar Pulsativo Secundário), este atuador é composto
por válvula solenóide comandada pelo ECM que injeta ar no sistema de
escape e promove a queima dos gases que não sofreram combustão,
transformando uma quantidade razoável de hidrocarbonetos e monóxido de carbono em dióxido de carbono e vapor d’água que são inofensivos
Injetor de combustível
O eletroinjetor é uma válvula de
controle de combustível para o motor que ao receber um pulso elétrico
proveniente do ECM injeta uma quantidade previamente calculada em forma
de spray.
Válvula IACV
É um atuador de ajuste da marcha lenta
constituída de um servo motor que controla o volume de ar para o motor
popularmente conhecido como “motor de passo”.
Dica
Qual o combustível adequado para o sistema PGM- FI ?
Para a XRE e também a CB 300, a Honda recomenda que seja utilizada a gasolina comum, preferencialmente de boa procedência.
Afinal o que é Sensor Lambda ?
O ano de 2009 foi marcado pela grande
virada tecnológica, onde parte das motocicletas de pequeno porte
produzidas pelos principais fabricantes passaram a ser equipadas com
injeção eletrônica, e com a mudança vieram também as novidades,
sensores, atuadores, ECU e etc..
As motocicletas que já possuíam a
tecnologia apenas foram aperfeiçoadas e posteriormente rejuvenescidas, é
o caso da nova Fazer YS 250 Yamaha onde beleza e tecnologia andam
sempre em alta velocidade. Mas o que tem chamado atenção é a presença de
um componente muito popular entre os reparadores dos automóveis, porém
ainda pouco conhecido e falado entre os motociclistas e também os
mecânicos de motocicletas é a tal da “Sonda Lambda” que nas versões
anteriores ao modelo 2010 não fazia parte do sistema de injeção.
O Sensor Lambda como também é conhecido,
é responsável por informar a ECU (Unidade de Controle Eletrônico) se a
mistura ar/combustível está adequada.
Sua análise consiste em comparar o
percentual de oxigênio do escape com o ar da atmosfera. Detectar o teor
do gás dentro do escapamento só é possível quando a temperatura da
sonda está por volta dos 300°C, condição necessária para a geração de
uma tensão elétrica que na maioria dos casos irá oscilar entre 0 a 1
Volt e em função da concentração variável do oxigênio nos gases de
escape. A tensão obtida no sensor serve de parâmetro de instrução para a
ECU adotar a estratégia de ajuste que for conveniente dentro de uma
extensa faixa de mistura ar/combustível afim de minimizar ao máximo o
consumo e consequentemente reduzir as emissões de poluentes sem
comprometer a potência do motor.
Nas motocicletas normalmente encontramos dois tipos de sensores: os pré-aquecidos e também os pós-aquecidos.
No primeiro caso o sensor possui uma
resistência elétrica que atinge a temperatura de trabalho rapidamente
sendo que este sensor é utilizado nas Yamahas Fazer e Lander e também
alguns modelos da Honda. Já no segundo caso a sonda depende da
temperatura do gás de escape do motor para poder iniciar seu
funcionamento. E, consequentemente a ECU não poderá ajustar a mistura
enquanto o sensor não estiver aquecido, e neste período o nível de
emissões estará comprometido.
Conclusão, comparando os dois sensores, a
sonda lambda pré-aquecida é mais confiável, pois proporciona ao sistema
um funcionamento preciso, devido a velocidade de resposta ser mais
rápida.
Moto Bicombustível a “Mixtura” nossa de cada dia
A tecnologia flex é a grande sacada
atual. A democracia tecnológica nos deu o direito de decidir qual o
combustível que queremos no tanque da motocicleta e é claro que o fator
financeiro é um determinante de peso na hora da escolha. Por que
não utilizar um combustível menos poluente e sustentável ? Independente
da opção ou da proporção utilizada, sendo gasolina ou álcool, o sistema
irá ajustar-se para funcionar na melhor condição possível. O nome Mix
vem da palavra “mistura”, uma vez que a motocicleta é bicombustível. O
sensor de oxigênio localizado no escapamento logo na saída do motor, é a
peça fundamental para a identificação do combustível que foi queimado
no motor.
O Sensor Lambda como também é conhecido,
reconhece o teor de oxigênio dentro do escapamento. Esta informação
serve de instrução para o ECM (Módulo de Controle do Motor ) coordenar
o funcionamento do motor juntamente com os dados fornecidos pelos
demais sensores, adequando os ajustes do tempo de injeção e ignição da
motocicleta para que o motor proporcione máxima potência, mínimo consumo
e menor índice de emissões de poluentes.
Segundo a Honda o sistema é composto de 4 programas que prevêem 4 condições de funcionamento:
Programa 1: Tanque abastecido somente com gasolina
Programa 2: Tanque contendo gasolina e álcool na mesma proporção
Programa 3: Tanque contendo maior quantidade de álcool
Programa 4: Tanque abastecido apenas com álcool
Para facilitar a compreensão do
motociclista, no painel de instrumentos da motocicleta existe um
indicador de mistura que não deixa o usuário ficar na mão, é um
mecanismo de alerta por lâmpadas onde há duas luzes: “MIX” e “ALC”. (veja o simulador de abastecimento)
Quando ambas estiverem apagadas, significa que a partida é possível em
qualquer temperatura. Se a luz “MIX” estiver acesa, o usuário deve
abastecer sua motocicleta com um mínimo de dois litros de gasolina. Caso
a lâmpada “ALC” esteja acesa, é preciso adicionar pelo menos três
litros de gasolina. Se, ao ligar a chave de ignição, a lâmpada “ALC”
piscar, significa que a temperatura ambiente é baixa e que o teor de
álcool no tanque é alto – o que pode dificultar a partida. Já em caso de
pane seca ( quando o combustível acaba totalmente), é necessário que o
usuário abasteça a motocicleta com, no mínimo, 50% de gasolina para que o
sistema volte a funcionar adequadamente o mais rápido possível. A dica
do fabricante é que para facilitar a partida em dias onde a temperatura
está abaixo dos 15°C e necessário que haja ao menos 20% de gasolina no
tanque.
Conheça as vantagens e benefícios do sensor de temperatura
Com uma explicação bem simples o
fabricante MTE – Thomson define o sensor de temperatura como um
“termômetro”, o componente transforma a temperatura do motor em sinais
elétricos que posteriormente serão interpretados pelo condutor através
do painel do veículo, seja em uma motoneta de 50cc ou uma potente
superbike.
Independente do tipo de arrefecimento, o
sensor está instalado na parte superior do motor normalmente no
cabeçote, local estrategicamente definido pela engenharia devido a alta
temperatura atingida. Para as motocicletas de média e alta cilindrada e
também as especiais, o arrefecimento do motor é líquido (exceto alguns
modelos custom) como no sistema dos automóveis que possui radiador,
ventilador e etc.. O sensor obtém a temperatura diretamente no líquido
de arrefecimento, porém as motocicletas mais básicas utilizam um sistema
simplificado que pode ter um pequeno radiador de óleo ou não, onde o
arrefecimento depende de um fluxo de ar nas aletas laterais do cabeçote e
cilindro que só ocorrerá quando a motocicleta estiver em movimento,
característica que predomina em grande parte das motocicletas de baixa
cilindrada, neste caso o sensor registra a temperatura no contato
direto com o lubrificante do motor.
O motor é uma máquina que converte a
energia térmica proveniente da queima da mistura ar/combustível em
energia mecânica (força motriz) para impulsionar a motocicleta. Além do
calor produzido na transformação também temos como fonte de calor o
atrito decorrente do movimento das peças do motor que de modo geral na
motocicleta atingem altas rotações que na maioria do casos chega aos
10.000 rpm. Também há motocicletas esportivas onde a potência atinge os
3 dígitos e o motor trabalha na casa dos incríveis 14000 rpm.
O Sensor de temperatura proporciona
muitos benefícios e gera conforto ao usuário da motocicleta. O cérebro
eletrônico não teria como diagnosticar a temperatura do motor se não
fosse o sensor, a temperatura obtida fornece os parâmetros necessários
para a central eletrônica adotar estratégias afim de facilitar a
partida a frio, aposentando o uso do afogador, possibilita o controle da
temperatura para proteger o motor e prolongar a sua vida útil. Em
alguns casos a ECU da motocicleta aciona o eletroventilador quando o
motor está em uma temperatura elevada, reduzindo bastante o incômodo do
calor entre as pernas.
A mistura ar/combustível é regulada
precisamente com base na informação da temperatura do motor, tornando o
veículo mais econômico, menos poluente e ainda proporcionando um
acréscimo em seu desempenho.
Textos: PAULO JOSÉ DE SOUSAFonte: http://www.mte-thomson.com.br/site/faq/a-tecnologia-que-veio-para-ficar/