O IBGE, em parceria com Denatran, realizou um levantamento no fim de 2010 que revelou as dez cidades com mais motos por pessoa. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a cidade de São Paulo, por exemplo, não faz parte desta lista. Aliás, apenas três cidades do Estado de São Paulo estão entre as dez, mas todas no interior. Quem encabeça a relação é uma cidade em Rondônia (Ji-Paraná), seguida por uma em Tocantins (Araguaína). Completando o pódio desta lista vem Araçatuba, localizada no interior de São Paulo.
Muitas motos, muitos acidentes! O Profissão Reporter mostrar a realidade deste mundo sob o capacete de uma motocicleta em cidades do Brasil inteiro.
Um dia destes, fui observar uma aula e um exame para se tirar carta para pilotar moto. O lugar era fechado, como um estacionamento dentro de uma escola estadual. Era necessário subir na calçada para entrar pelo portão. Havia muitos alunos nas calçadas, em frente ao portão de entrada. Os instrutores das auto escolas viam com suas CGzinhas, com o aluno na garupa, não davam o pisca e, se os alunos não saíssem da frente, acho que estes instrutores passariam por cima deles. Assim eu penso: qual vai ser a formação desses futuros pilotos, vendo este tipo de exemplo?
Nas MotoEscolas, não se ensina a olhar os espelhos, a manusearem os piscas e o pior, não se ensina a frenar uma moto (onde o mais importante é parar a moto e não acelerar somente). Nos exames ( prova) não se verifica se o aluno sinaliza, olha nos espelhos.
A preocupação é não colocar o pé direito no chão na hora de parar a moto. Fico imaginando se a moto se desequilibra para a direita, então deixe-a cair, pois não pode pisar com o pé direito no chão?!
Soma-se a "preocupação" dos vendedores de moto se seu cliente sabe ou não pilotar, ou mesmo se conhecem os componentes de segurança da moto que está vendendo, para explicar como seu cliente pode utilizar com segurança.
Eu vejo jovens morrendo por não terem se formado com o mínimo de conhecimento dos perigos de se transitar de moto neste transito maluco. Vejo adultos que compraram sua moto caríssima e não pilotam , porque sua primeira experiência foi frustrante. Vejo pessoas que não se interessam na vida, mas no lucro que cada aluno de motoescola pode dar.
No Brasil a exigência para a pessoa que "TIRA" habilitação "A" para rodar/trafegar com uma CG é a mesma para uma 1000CC de ultima geração, não há um certo "TEMPO" de carta como ocorre com quem deseja se habilitar para CAMINHÃO com no mínimo 2 anos de carta de categoria "B" para se tirar a "D" e provar experiência, com testes específicos e práticos para se tirar a carta "E" com percurso e balisa com o cavalo e a carreta.
Infelismente muitos saem das autos escolas para serem vítimas de seu próprio destino, porque a MotoEscola não lhe ensinou nem o básico para se formar um condutor de motocicleta.
Na Europa, somente depois de uma "tempo" de carta em moto de baixa cilindrada, se pode conduzir uma maior e isto é gradativo, ele começa em uma baixa cilindrada, depois pega outra autorização de condução para uma média cilindrada e por final pode tirar a autorização para rodar com uma esportiva ou de alta cilindrada.
Algumas perguntas sugem: As CFCs nos preparam para o que vamos enfrentar nas ruas?
O tempo e as experiências que passamos e dividimos nos preparam?
A confiança nos prepara para os imprevistos?
E por fim, só o equipamento de segurança nos prepara para os erros dos outros?
Como estar prontos e preparados para a vida em duas rodas?
Para falar sobre este assunto entrevistamos um especialista sobre o assunto e o nosso amigo Carlos Amaral é o nosso convidado.
Porque fazer um curso de pilotagem de motos?
Carlos Amaral - Eu pergunto para meus alunos que pilotam há mais de 30 anos e a resposta é muito interessante, pois eu mesmo me pergunto o que estes experientes pilotos querem no curso.
A minha conclusão é: quanto mais experiente, mais é necessário um curso. Nas estatísticas dos acidentes são os que pilotam a mais tempo que sofrem o maior nº de acidentes. Estes pilotos se surpreendem, pois não sabiam o quanto a moto pode fazer por eles no que se refere aos limites de segurança que elas possuem.
Tenho experiência, o que isto iria me ajudar?
Carlos Amaral - Acredito que todos podem aprender um algo a mais. Talvez o detalhe do acidente ou não, mas todos têm algo a aprender e a ensinar. Nos cursos há essa troca de informações entre os participantes.
Um dia desses, uma aluna não quis continuar o curso, pois ela achava que não precisava daquilo. Porém, eu insisti. Nas frenagens, ela me disse que nunca tinha feito aquilo. Ela ficou impressionada com o poder de frenagem de sua moto.
Em outro curso, um moto boy começou a chorar depois de treinar frenagens, pois disse que se soubesse que frear é daquela forma, não se acidentaria com m caminhão na Marginal.
O experiente não é tão experiente que não precise de algo a mais. Esse mesmo experiente pode, assim, ajudar outros com seus ensinamentos. Os cursos de pilotagem são para todos. Seja qual for o tipo de curso, é necessário!
Como os seus alunos chegam e sai após o curso, principais dificuldades, medos, nível de conhecimento etc.?
Carlos Amaral - Bem, muitos alunos ficam receados e envergonhados, pois acreditam que não conseguem realizar os exercícios.
Mas, é incríveis, os menos experientes junto com os mais experientes se nivelam. Tornam-se iguais.
Geralmente o menos experiente não possui "vícios" e o mais experiente possui. Assim, eles saem do curso com os mesmos comentários: "Nunca imaginei que minha moto pudesse inclinar assim..." ou "Não sabia que eu conseguiria fazer isso ou aquilo..." Eu me impressiono com eles.
Deixe algumas dicas de pilotagem: Na estrada e Trackdays/Autódromo
Carlos Amaral - Os acidentes em estradas e em condições urbanas acontecem, em 86% por fatores comportamentais, sem que a moto fosse culpada do acidente.
Minha dica está no post: Habilidade Comportamental e Habilidade Técnica. Qual delas é mais importante em meu Blog.
Em autódromo, deverá conhecer muito bem os limites de sua moto, respeitar esses limites evitará quedas. Usar mais razão do que emoção, pois velocidade é adrenalina pura, e essa adrenalina pode cegar a necessidade de se usar muita técnica.
Na estrada
Procure manter uma velocidade compatível com as condições da estrada, o mais próximo da máxima permitida. Lembre-se de que quanto mais rápido você andar, o número de veículos que vão te ultrapassar será menor e cada ultrapassagem é um risco adicional. Mantenha os faróis acesos mesmo de dia.
Ocupe sempre o meio de sua faixa de rolamento. Não fique no canto direito da pista para não ser "prensado" por um outro veículo contra o acostamento. Se estiver trafegando em pista de mão dupla e um veículo for te ultrapassar, desloque-se um pouco para a direita e sinalize com a mão esquerda discretamente para que o motorista perceba que você tem a intenção de facilitar a ultrapassagem.
Não saia da pista para o acostamento. Isso além de ser perigoso e ilegal, transmite para o motorista uma grande insegurança de sua parte e a certeza de que ele é mais importante do que você.
FRENAGEM: freiar deve ser sempre uma atitude de extremo cuidado não importa se você está lento ou rápido. O tipo de solo e a posição da moto (em pé ou inclinada) podem influenciar muito no resultado da frenagem. Freiar um moto não é igual a freiar uma bicicleta (freio traseiro), tenha sempre em mente que as leis da física estão presentes e que não adianta você lembrar dos seus tempos de criança quando lhe ensinaram a freiar a bicicleta com a roda de trás. A moto é diferente, todo peso se desloca para frente impulsionando a moto a permanecer em movimento (inércia dos corpos), portanto você deve freiar 70% com a roda dianteira e 30% com a roda traseira, mas cuidado para não alicatar o freio (bloquear a roda) e freio deve ser gradual e continuo até a moto parar. Freie sempre em pé, evite freiar em curva com a moto inclinada a chance de escorregar com a dianteira é grande, se pensar na traseira, esqueça! o resultado é pior! a moto atravessará e chicoteará a traseira impulsionando você para cima e o tombo é certo. Reduza se possível pelo motor (freio motor) ajudando com os dois freios suavemente, qualquer movimento brusco com o guidom também poderá derrubá-lo. Prefira sempre freiar antes das curvas e não nelas! O freio que pára a moto é o dianteiro!
Estes e muito mais conceitos de pilotagem segura se aprende no curso, e isto irá mudar o seu modo de pensar e posicionar em cima de sua tão amada moto.
O motociclista tira a Carta de Habilitação sem noção nenhuma do que realmente é uma motocicleta!
Por Reinaldo Lobo
Noticiado a morte de um PILOTO da motoGP fiquei pensando:
Mas não era um PILOTO de moto? Não estava em uma pista exclusiva e projetada para este fin.? Tinha treinamento e condicionamento além de equipamento de competição para competir? Não havia um pronto atendimento por parte da organização?
A resposta para estas perguntas é: SIM, havia o que há de melhor para a realização do evento, treinamento e condicionamento para os PILOTOS correrem.
Mas por que houve o acidente? Imprevisto? Imprudência? Imperícia ou falta de sorte, ou tudo isto junto?
Há vários fatores que levam a um acidente de moto, aliás, são inúmeros, mas iremos citar algum e se você percebeu que isto é sim um fator de risco no seu trajeto ou percurso, preste mais atenção a partir de agora.
1. Fechada de carro, caminhão, moto, ciclista etc. (Falando ao celular, por inexperiência, negligência imprudência ou imperícia)
2. Pista (molhada, areia, óleo, obstáculo, obras, animais na pista ou no volante, etc).
3. Trajeto (desconhecido, ou com algum bloqueio na pista, etc).
4. Velocidade (excesso dela, ou FALTA dela, ou até mesmo PARADO pode causar um acidente).
5. Habilidade (em uma moto você é chamado de PILOTO, então se subentende que tenha de ter algumas habilidades diferentes de um "motorista" para poder pilotar uma moto. Sem considerar as pessoas que usam o veículo sem estar devidamente habilitada, ou aquelas que mesmo que estejam não tem a devida habilidade de conduzir o veículo em questão).
6. Uso de bebidas ou drogas (fator multiplicador de um acidente aumenta consideravelmente a gravidade dos envolvidos, muitas vezes fatais para alguns dos envolvidos).
7. Disposição física (Sono, cansaço, emocionalmente afetado, stress, etc. Considerando estes fatores agravadores, a título de comparação: Uma pessoa com sono de 10 a 12 horas sem dormir, estar na mesma situação de uma pessoa que ingeriu 6 a 7 latinhas de cerveja! Os outros fatores considerados pode ser um agravante de somados a outros como: SONO + BEBIDA + DROGAS o resultado não será muito bacana!);
8. Estar devidamente EQUIPADO (Pesquisas apontam que mais de 64% dos acidentados de MOTOS, não trajavam roupas que protegem devidamente o envolvido (com proteção e resistente ao atrito), muitos deles estava sem o capacete!).
9. Seqüência de fatores (Estar apressado, irritado, ou simplesmente corre sem necessidade ou causa aparente, sem atenção, falando no celular, fugindo de uma tentativa de assalto, o desrespeito das leis de trânsito por parte dos envolvidos (por exemplo: cruzar o farol vermelho) ou olhando a gostosona passar!).
10. Achar que PODE TUDO! (Simplesmente você não pode tudo, não queira saber disto do modo ruim!)
11. A soma de algumas destas possíveis causas!
... e várias outras variáveis infinitamente.
POR QUÊ???
A morte do italiano Marco Simoncelli na etapa da Malásia, neste domingo 23/10/11 , foi recebida com muita tristeza por seus companheiros da MotoGP. Após a prova, que acabou sendo cancelada após o acidente, ainda na primeira volta, os pilotos não escondiam a emoção e demonstravam consternação com o ocorrido. O acidente aconteceu ainda na primeira volta da prova. O piloto não resistiu aos traumas sofridos na cabeça, no peito e no pescoço, após cair na pista e ser atropelado pelas motos de Colin Edwards e Valentino Rossi.
Alguns relatos de pessoas que se envolveram em acidente de trânsito:
Meu maior medo é ficar paralítico. O médico disse que vou ter que fazer bastante fisioterapia, mas vou ficar bom. Eu tenho pensado na minha família, porque estou desempregado e não sei quandovou poder trabalhar outra vez, também não sei o que vai acontecercomigo. (condutor de automóvel, 31 anos).
Teve dias em que fiquei bastante nervoso pensando em
tudo o que aconteceu, tudo o que eu fiz que eu poderia ter evitado. Às vezes a gente só aprende quando acontece uma desgraça como essa.(passageira de automóvel)
A parte mais difícil está sendo a recuperação, porque eu ainda não sei se o tratamento vai dar certo. Eu ainda estou irreconhecível, com a cabeça raspada por causa da cirurgia, inchada de tanto soro, deformada mesmo, então está sendo muito difícil para mim.
Às vezes eu me olho no espelho e não me reconheço, porque tudo mudou em mim, não só fisicamente, mas também os sentimentos. (Motorista de automóvel)
Antes eu achava que tinha domínio sobre a minha vida, agora não, eu tenho que ficar aqui deitada, parada, aguardando alta, não posso fazer nada até me recuperar.
(Mulher, passageira de automóvel 25 anos).
De um modo geral, os entrevistados sustentaram que o problema não é o carro em si, mas o motorista que o conduz inadequadamente.
Já a motocicleta foi percebida como um tipo de veículo
que contém uma ameaça muito maior à segurança física. Mesmo assim, apenas uma entrevistada decidiu enfaticamente "nunca mais"
andar de motocicleta, sem estender essa decisão para os automóveis.
Os demais chegaram, no máximo, a dizer que não sabiam se voltariam
a conduzir ou andar nesse tipo de veículo
ALGUMS PORQUES (CAUSAS)
Eu estava muito ansioso e muito apressado, porque eu ia visitar a
minha namorada, a gente tinha discutido por telefone, então, eu
estava querendo chegar logo lá. Todos os dias eu acordo e penso que,
se eu tivesse tido mais cuidado, se eu não estivesse tão estressado,
nada disso teria acontecido.
(motoqueiro, 38 anos).
Eu estava trabalhando de segunda à segunda, era direto, sem folga,
tinha dia que eu entrava às 22:00h e saia às 11:00h do outro
dia. O acidente aconteceu porque eu saí tarde aquele dia, estava
fazendo hora extra e estava muito cansado. Eu vinha correndo,
mas era o outro carro que deveria parar no cruzamento. Não deu
tempo de frear a moto, eu bati na porta dele e voei por cima do
carro. Acho que vai demorar um bom tempo antes de poder operar
as máquinas de novo na fábrica.
Quantos amigos, parentes e conhecidos iremos ver sofrer na pele ou no
sentimento as dores de uma irresponsabilidade por parte de alguns dos envolvidos no
acidente? Está na hora de mudarmos o nosso modo de pensar, de agir e se posicionar no trânsito.
A palavra para esta afirmação é: EDUCAÇÂO NO TRÂNSITO!
Termino este "desabafo" com os dizeres de um cartaz na empresa que trabalho: "Cuidado, existe alguém que lhe espera em casa!"
Para mais informações leia e veja os vídeos relacionados ao assunto: Acidente de moto, Pilotagem defensiva, Carro X Moto.
Um agradecimento ao meu amigo e irmão: Amaral Instrutor - Sempre com seus puxões de orelha e aquela palavra amiga, um abraço, feliz aniversário e muitos quilômetros de vida, para todos nós!!!
Considere este vídeo abaixo!
Envie para um amigo motociclista, pedestre, motorista ou piloto que você conheça! Um abraço a todos os amigos e leitores deste humilde blog, VIVA!
FONTE de pesquisa: Leia este maravilhoso artigo: http://www.scielo.br/pdf/psoc/v15n2/a08v15n2.pdf ACIDENTES DE TRÂNSITO: UMA ANÁLISE A PARTIR DA PERSPECTIVA DAS VÍTIMAS EM CAMPINAS por Universidade de Campinas -UNICAMP
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